sábado, fevereiro 09, 2008

Uma e três

Como expressar a inoperância da alma?
Como cantar a impotência do ser?
Desorientado sem saber o que me falta
Nem os versos da canção consigo escrever
E essa angústia que me enche o peito
Não parece querer ceder
Sou pequeno e passageiro, estrangeiro onde nasci
Mas ninguém avisou que seria assim
E cresci olhando o tempo passar
Esperando a minha hora chegar
E agora órfão do sistema
Desacreditado por quem importa
Pronto pra sair de cena
Dessa peça que parece não ter fim
Quem primeiro dividiu o tempo?
Transformou em períodos o sem fim?
Pra que eu soubesse o quanto já vivi
E percebesse a estupidez em mim?
Alguém me diga que vale a pena
Alguém me conte os seus problemas
Pra eu entrar na roda e me esquecer
E olhar a vida sem ser por mim
Ah se eu pudesse entender o que leio!
Ah se fosse tão fácil acreditar!
Viver a graça sem medo dela precisar
Saber que o melhor ainda não chegou
Viver sem ver o tempo passar